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A batalha cibernética dos portos e a importância do fator humano

A recente onda de ataques cibernéticos que atingiu o Porto de Nagoya, no Japão, forçando o fechamento do maior complexo portuário do país asiático e interrompendo operações vitais, serve como um poderoso lembrete do crescente risco que a segurança cibernética apresenta globalmente ao setor. No porto japonês, foi realizado um ataque de ransomware, em que um sistema é invadido e os dados são criptografados para que os criminosos cobrem um “resgate” para descriptografá-los. Embora esse incidente seja o mais recente e talvez o mais perturbador, está longe de ser um caso isolado. À medida que a digitalização se torna cada vez mais prevalente, os portos se transformam em alvos cada vez mais atraentes para os cibercriminosos.

Os executivos portuários têm direcionado grandes somas de dinheiro em soluções de cibersegurança, focando principalmente na identificação e correção de falhas de sistemas e na implementação de recursos como firewalls, VPNs e outros dispositivos de controle digital. Embora estas sejam medidas importantes e necessárias, infelizmente, não atendem a um ponto crítico e muitas vezes negligenciado da segurança da informação: a engenharia social.

Engenharia social é o termo usado para descrever um amplo leque de táticas maliciosas empregadas para enganar pessoas a revelar informações confidenciais. A infiltração bem-sucedida de um sistema de segurança pode ocorrer não por uma falha em algum software, mas por meio do acesso a uma senha escrita em um post-it, perdida em uma gaveta ou lixo, ou compartilhada entre várias pessoas. Um exemplo comum é o ataque de "spear-phishing", em que um atacante se passa por uma entidade confiável para persuadir alguém a divulgar informações sensíveis.

Além disso, os atacantes também utilizam programas que executam avanços de força bruta, tentando adivinhar senhas ao testar todas as combinações possíveis. Se as senhas são fracas ou comumente usadas, elas podem ser facilmente decifradas por esses softwares, permitindo o acesso não autorizado a sistemas vitais.

Esses cenários destacam a importância crucial da educação e treinamento em cibersegurança para todos os funcionários, não apenas para aqueles em departamentos de TI. É essencial garantir que todos os membros da organização compreendam os riscos de segurança associados a suas ações e estejam equipados com o conhecimento e as ferramentas para combater possíveis ameaças.

Mais do que investir em soluções de cibersegurança, as empresas devem se concentrar em criar uma cultura de segurança da informação. Isso significa desenvolver políticas de segurança robustas e fáceis de entender, realizar treinamentos regulares e garantir que as melhores práticas a respeito do tema sejam uma segunda natureza para todos os colaboradores.

Além disso, é necessário implementar programas de melhoria contínua de segurança da informação. Esses programas devem incluir auditorias e avaliações de segurança regulares, ajustes contínuos das políticas de segurança para se adequar às mudanças na paisagem de ameaças e a busca constante por inovações que possam reforçar a organização.

A segurança cibernética não é uma questão que possa ser resolvida com uma única solução ou uma ação única. Requer um esforço contínuo e concentrado para manter a confiança de nossos sistemas em um mundo cada vez mais digital e conectado. No entanto, com o investimento adequado em treinamento, conscientização e melhoria contínua, podemos dar um grande passo para fortalecer nossa resiliência contra ataques cibernéticos.













Fonte: A Tribuna

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