A construção do Porto de Santos de águas profundas (off-shore) é uma condição determinante para participar do novo paradigma do comércio marítimo internacional. A inovação tecnológica, que agiliza e aumenta a escala da movimentação de mercadorias, impõe a operação de navios de maior porte e tecnológicos, na busca de produtividade. Entretanto, as atuais dimensões do principal porto brasileiro são insuficientes para atender a esse desafio. A solução dessas barreiras, para maior profundidade e expansão, já tem endereço: Ponta do Itaipu, em Praia Grande. Será um novo tempo da relação Porto&Cidade, na região metropolitana.
Esse projeto já foi desenvolvido e muito bem detalhado, em 2012, pela construtora Walter Torre, que contratou assessoria de uma empresa espanhola especializada. Portanto, está posta para debate a pauta dessa urgente solução, que irá potencializar o desenvolvimento do porto, da Região Metropolitana da Baixada Santista e de toda sua hinterlândia. Trata-se de uma decisão de Estado, para o desenvolvimento estratégico da indústria e do comércio, através da logística da blockchain na 5G e navios digitais, fomentando e expandindo o comércio internacional e parcerias mundiais.
O atual canal de acesso ao Porto de Santos, com sua curva com pouco raio e pouca largura, tem padrão inferior à moderna navegação do comércio internacional. Por sua situação junto à cidade e o custo dessa obra, o benefício é inferior ao do porto em águas profundas. Há pouco mais de 5 anos, o falecido Antonio Passaro, presidente da Brasil Terminal Portuário – BTP, lançou a campanha Santos17, com objetivo de mobilizar a comunidade do porto para aprofundar o canal a 17 metros, focando os navios porta-contêineres e que também deve ser implementada. Até agora a proposta não saiu do papel.
Falta planejamento de médio e longo prazos. Função primeira da Autoridade Portuária, perceber as tendências do comércio e preparar o porto para ser produtivo no novo padrão de transportes. Talento do espírito animal que faz a economia andar; todavia, uma inclinação quase impossível de existir no modelo estatal. Levando em conta, também, a ameaça que essa evolução promove aos atuais atores da comunidade portuária. Entretanto, evoluir é preciso, bem como muito mais será acrescentado ao comércio pelo Porto, compatível com o transporte do comércio global mais nobre.
Cabe também à Agência Metropolitana da Baixada Santista -AGEM planejar o cluster do Porto de Santos, estendendo a atividade produtiva e de distribuição física, com eficiência, por toda a extensão da sua atuação, na primeira região metropolitana brasileira. Portanto, um projeto para o progresso e oportunidade de excelentes novos negócios. Sem sombra de dúvida, é hora de construir o cluster portuário de águas profundas Metropolitano da Baixada Santista.
Fonte: Editorial Portogente
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