A Wilson Sons, um dos principais operadores de logística portuária do Brasil, está realizando pela primeira vez na história da companhia a docagem de um navio gaseiro em seu estaleiro, no Guarujá (SP), localizado no Porto de Santos. Trata-se do Forte de Copacabana, da empresa Elcano, especializada na navegação por cabotagem. A mega operação envolve centenas de profissionais e com a unidade de rebocadores da empresa.
Segundo a Wilson Sons, o navio gaseiro chegou à unidade em 4 de abril e a previsão de conclusão dos serviços é para 23 de maio, ou seja, terá duração de cerca de 50 dias. A docagem refere-se ao processo de manutenção e revisão de equipamentos e demais estruturas de um navio.
Por se tratar de um navio gaseiro, a primeira etapa para a chegada do Forte Copacabana ao estaleiro foi retirar todo o gás de dentro da embarcação. Isso foi feito a partir de um certificado de uma empresa contratada pelo armador e, posteriormente, pela Wilson Sons.
“A primeira condição de um navio deste tipo entrar em nosso estaleiro é ele estar ‘gas free’, ou seja, garantido que ele não possua nenhum resíduo de gás em seus tanques. Nosso trabalho de docagem se baseia muito em solda forte, então imagina se há algum resíduo, poderia se transformar numa verdadeira bomba”, explicou Adalberto Souza, Diretor-executivo da divisão de estaleiros da Wilson Sons.
Entre os serviços estruturais que estão sendo realizados no Forte Copacabana estão substituições de redes em geral, manutenções de equipamentos como geradores, bombas, motores e guindastes de bordo, além de limpezas, tratamentos e pinturas de tanques e área externa.
De acordo com Adalberto, 300 funcionários estão mobilizados nos trabalhos na embarcação. Normalmente, os serviços de docagem de embarcações nos estaleiros da Wilson Sons duram aproximadamente 15 dias. Dadas as características do navio gaseiro e a complexidade da tarefa é que faz o tempo de manutenção ser maior.
“Temos 300 profissionais trabalhando, em função do volume de serviço. Eles são divididos em dois turnos, manhã e noite. Sendo que a noite é principalmente para a pintura dos navios, onde não são feitos os serviços de execução”, comentou Adalberto. Isso se dá em razão da lei do silêncio aos bairros residenciais próximos ao estaleiro.
Construído em 2004, o navio gaseiro era da Metalnave. Inicialmente chamada de Metaltank 5, a embarcação foi comprada pela Elcano, que lhe deu o nome Forte de Copacabana. A empresa tem o costume de homenagear suas embarcações com nomes de castelos medievais da Espanha.
A embarcação tem 124 metros de comprimento, largura de 17,6m e pesa 6.940 toneladas.
União dos serviços
A entrada do navio gaseiro no estaleiro se deu com auxílio da unidade de rebocadores da Wilson Sons, que diariamente com seus navios rebocadores acompanham o tráfego de entrada e saída de navios do Porto de Santos.
Segundo Adalberto, para a operação com o Forte Copacabana foi preciso os serviços de dois rebocadores, que fizeram a colocação do navio dentro do dique da companhia para então início dos reparos.
“A unidade de rebocadores fez o apoio de entrada do navio gaseiro ao dique. E certamente eles farão também o retorno da embarcação ao mar”, comentou o executivo.
Uma vez dentro do dique e posicionada com auxílio de guindastes, a água é retirada por completo para que os serviços possam ser iniciados. Quando pronto, o dique é inundado e, com a liberação do gate, a embarcação segue viagem com auxílio dos rebocadores.
Novos rebocadores
Junto à docagem do navio gaseiro, a Wilson Sons está construindo um novo rebocador, o WS Onix. Segundo a empresa, ele faz parte de um ciclo de construção de seis rebocadores pioneiros no Brasil, com padrão IMO TIER III, da Organização Marítima Internacional.
Cinco desses rebocadores, que possuem mais de 90 toneladas de tração estática, já foram entregues, sendo eles: WS Centaurus, WS Orion, WS Rosalvo, WS Castor e WS Dorado.
Segundo a Wilson Sons, o lançamento do WS Onix ocorrerá ainda este ano.
Fonte: BeNews
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