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Cruzeiros marítimos fortalecem integração entre Porto e a cidade de Santos

Ao completar 132 anos, o Porto de Santos agrega à sua história um novo capítulo importante que envolve a relação cada vez mais próxima entre o complexo marítimo e a Cidade. E a chegada dos navios de cruzeiros, intensificada a partir de 1998, é parte fundamental desse processo, que tem avançado com projetos desenvolvidos pela Autoridade Portuária em parceria com a Prefeitura e a iniciativa privada.

 

A passagem dos transatlânticos pela região envolve o embarque e o desembarque de milhares de turistas no Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, ao mesmo tempo em que atrai dezenas de pessoas para assistirem a partida das embarcações, na Ponta da Praia. Isso sem contar a geração de empregos e a movimentação no comércio. Cada atracação reflete o crescimento constante do cais santista, que já planeja um novo terminal para receber o público.

 

A primeira temporada, há mais de duas décadas, trouxe para a Baixada Santista quase 97 mil hóspedes. Este ano, após o período de incertezas imposto pela pandemia, 917 mil pessoas vão entrar e sair dos navios, além daqueles que estão apenas em trânsito. Será a maior estação dos últimos 11 anos, com duração de sete meses. O primeiro a chegar ao Brasil, em 25 de outubro do ano passado, foi o MSC Preziosa, em Salvador. Logo após, no dia 30, ele esteve no cais santista, abrindo a temporada no Porto. O encerramento está marcado para 3 de maio.

 

Para atender a demanda de passageiros e garantir o conforto nas salas do terminal localizado no Armazém 25 interno do complexo santista, o Concais, administrador do empreendimento, que completou 25 anos de operações em 2023, realizou obras de infraestrutura como a ampliação do armazém de bagagem. Além disso, investiu mais de R$ 4 milhões em equipamentos de segurança, como câmeras, escâneres e raios X, proporcionando mais segurança também para armadores e tripulantes.

 

Vale destacar que a inspeção de bagagens levadas para as cabines é um dos procedimentos mais importantes da etapa de segurança, pois a maioria dos incidentes envolvendo o embarque de objetos não permitidos e produtos ilícitos acontece com a ocultação dentro de malas.

 

Desde a inauguração da instalação, foram investidos ao todo R$ 30 milhões. A aplicação das verbas atende as portarias 80 e 76 da Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana), que dispõem sobre as condições de funcionamento e os requisitos técnicos do sistema de segurança de um recinto alfandegado.

 

O cenário deixa claro que números elevados marcam a temporada de cruzeiros no Porto de Santos. Não é à toa que a MSC Cruzeiros também escolheu o complexo para aportar a sua maior embarcação a navegar em águas brasileiras, o MSC Grandiosa. Sua capacidade total é de 6.334 passageiros e 1.704 tripulantes - total de 8.038 pessoas. A previsão era de que ele viesse ao Brasil na temporada 2019/ 2020, porém a crise sanitária adiou os planos da operadora e, agora, ele aparece para chamar a atenção dos turistas e munícipes. Devido ao seu tamanho, o transatlântico tem atracado no Cais da Marinha, já que o berço localizado em frente ao terminal não tem capacidade para atender navios do porte do Grandiosa.

 

Hoje, um dos motivos para que o terminal de cruzeiros seja alvo de um projeto de transferência para a região dos armazéns 1 ao 7, dentro do projeto Parque Valongo, é exatamente a impossibilidade de atracação de navios em frente à instalação simultaneamente.

 

Atualmente, os transatlânticos precisam parar em outros pontos, como o cais de Outeirinhos, e os passageiros são transportados de ônibus até o embarque. No novo empreendimento, três embarcações poderão operar ao mesmo tempo. O embarque dos turistas será feito por um finger (ponte telescópica), igual ao que ocorre em um aeroporto. O prédio também deverá contar com edifício-garagem com capacidade para mais de 800 veículos, praça de alimentação e passarela de acesso à plataforma de embarque.

 

Para a MSC, o crescimento sustentável e progressivo do Porto de Santos passa pelo desenvolvimento contínuo da estrutura e infraestrutura voltada, especificamente, para a movimentação de passageiros de cruzeiros marítimos, com espaços dedicados exclusivamente à operação de navios, incluindo múltiplos berços disponíveis em frente ao terminal.

 

O avanço propiciará ainda mais segurança e conforto aos hóspedes, tripulantes e profissionais do setor, além de custos operacionais e portuários mais competitivos em relação a outros destinos e portos internacionais. Ao mesmo tempo, a operadora entende como imprescindível as instalações portuárias contarem, no futuro, com implementações para receber a nova geração de navios como, por exemplo, a tecnologia shore-to-ship, que utiliza a conectividade de energia proveniente de terra. Melhorias no acesso rodoviário também são vistas como imprescindíveis.

 

Empregos


 

De acordo com o Concais, a expectativa é de que a temporada 2023/2024 gere 34 mil empregos diretos e indiretos. Quando se trata de empregos diretos, apenas no terminal são abertas 5 mil vagas, que envolvem funcionários do administrativo, operação, bagagistas – contratados pelo Concais –, e também uma gama completa de serviços oferecidos dentro do terminal aos passageiros. São lanchonetes, cafés, lojas de artesanato, acessórios para viagem, moda praia, farmácia. Há ainda câmbio e os atendimentos de operadores de viagens.

 

Na Baixada Santista em geral, o impacto do turismo de cruzeiros na economia é estimado em R$ 640 milhões, uma projeção conservadora com base em estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). A instituição estima que cada turista deixa R$ 770,97 em cidades onde há terminais de embarque de passageiros. Santos é responsável por 60% dos embarques realizados no País.
















Fonte: A Tribuna

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