O presidente da Abtra, Bayard Umbuzeiro, coloca a entidade à disposição do Condesb para discutir os pontos relacionados aos impactos da desestatização na economia regional.
O anúncio da divulgação do projeto de desestatização do Porto de Santos previsto para este mês por parte do Ministério da Infraestrutura está cercado de “expectativa e apreensão” por parte do setor portuário local.
Afinal, o conteúdo da proposta a ser enviada torna-se a preocupação central do setor empresarial.
Não bastasse, os riscos da formação de conglomerados mundiais interessados em gerenciar a SPA – Santos Port Authority (ex-Codesp), impactando, a médio e longo prazos, a permanência de pequenas e médias empresas nas operações portuárias do cais santista são elevados.
Este foi um dos temas abordados pelo empresário do setor portuário e presidente da Abtra- Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados, Bayard Umbuzeiro, também empresário do setor.
Ele participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias desta quarta (3), quando relatou sobre a preocupação do setor.
Por sua vez, o Ministério da Infraestrutura prevê investimentos do futuro gestor na ordem de R$ 16 bilhões no cais santista com a desestatização.
Dessa forma, Bayard ressalta que não se coloca contrário à desestatização prevista pelo governo.
No entanto, ele alerta: cuidados devem ser tomados para não ocorrer uma concentração de forças, prejudicando as empresas já estabelecidas.
Mãos erradas
“Uma eventual verticalização de negócios (com concentração da movimentação portuária em poucos grupos) vai atingir pequenas e médias empresas que irão desaparecer nos próximos anos”, alertou.
Ou seja, deve-se ficar atento a forma como será feita a escolha da empresa.
“Nossa preocupação é que a empresa (futuro gestor da SPA) caia nas mãos de pessoas erradas”, salienta.
Afinal, segundo Bayard, a importância geográfica e logística do Porto de Santos tende a atrair grandes corporações interessadas em investir no cais santista.
No entanto, teme-se que o grupo vencedor tenha relação – direta ou indireta – com empresas já estabelecidas no cais santista, ampliando sua força no mercado logístico do cais santista.
Dessa forma, para o empresário, a mudança de comando afetará diretamente a cadeia produtiva e mão-de-obra.
“Certamente, isso será atingido, pois o investidor vai querer obter de volta os valores investidos”, acrescenta.
Assim, Bayard lamenta a falta de união do Condesb – Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista e das secretarias municipais de portos dos cinco municípios (Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Cubatão).
E assim, entrar nesta discussão em razão dos eventuais impactos que a proposta governamental deverá trazer para a economia das cidades.
“Nossa entidade está de portas abertas para discutirmos estes e outros temas”, salienta o empresário.
Fonte: Bqnews
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