Os longos períodos em que a neblina impediu a navegação no Porto de Santos (SP) durante os meses de inverno, fez com que a Praticagem de São Paulo precisasse implantar um amplo e bem planejado plano de manobras, visando a retomada das operações em menor tempo possível e reduzindo possíveis prejuízos.
Assim, tão logo a autoridade marítima determina a reabertura das manobras, a praticagem entra em cena com um número recorde de escalas de práticos. O órgão chegou a registrar o número de 70 navios manobrados num período de 24 horas, o dobro da média diária. Para isso, houve 74 escalas de práticos – já que a cada quatro embarcações de mais de 300 metros necessitam obrigatoriamente de dois profissionais.
Segundo dados da Autoridade Portuária de Santos (APS), neste ano as paralisações do porto duraram 161h30m, mais que o dobro do que em 2023 (80 horas). O fechamento ocorre em períodos de intenso nevoeiro ou outras condições climáticas, retendo navios no cais e na barra.
Quando a navegação é reaberta, o C3OT da Praticagem faz um minucioso planejamento das manobras, liberando os berços para a atracação dos navios que aguardam na barra, estabelecendo prioridades para aqueles que dependem de marés. Os práticos escalados trabalham de forma quase ininterrupta nas operações para reduzir os custos dos armadores e agilizar o trabalho no porto.
Com treinamentos constantes dos profissionais e monitoramento online de todo o Canal de Navegação pelo Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego, a Praticagem tem capacidade para atender até 80 manobras diárias.
“Atuamos sempre nos antecipando aos problemas”, diz Fabio Mello Fontes, presidente da Praticagem de São Paulo. “Nosso trabalho é mitigar riscos em manobras diversas, usar os parâmetros máximos e mínimos para garantir a segurança e garantir eficiência e segurança os fatores inesperados de condições climáticas desfavoráveis, como tem acontecido em nossa região”, pontua.
“Santos é um porto multicargas, recebe navios carregados de todas as partes do mundo, cada vez maiores e mais pesados. Realizamos um trabalho conjunto com todos os entes envolvidos na operação, trazendo inteligência para aproveitar melhor o nosso porto, dentro das limitações que ele apresenta, evitando tempo de ociosidade do berço de atracação”, complementa Bruno Tavares, vice-presidente da entidade.
“Queremos que o Porto cresça, não pare de produzir e que seja possível otimizar cada vez mais as operações e a dinâmica do complexo. A praticagem está aqui para ajudar nessa avaliação. Temos sempre que fazer da melhor maneira e da forma mais segura possível”, conclui Fontes.
Fonte:BeNews
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