Os Estivadores que atuam no Porto de Santos vêm realizando manifestações nas últimas semanas com o objetivo de garantir o acesso de cerca de 650 integrantes da categoria a melhores serviços no cais santista.
Este é o número estimado de portuários avulsos que, de acordo com o Sindicato, devem ser transferidos do cadastro para o registro do OGMO. Os Estivadores ameaçam até cruzar os braços caso o problema não seja resolvido.
"A última vez que houve abertura de cadastro de novos profissionais para a Estiva e passagem de cadastros para a condição de registrados foi em 2010. Temos integrantes de cadastro que sonham em ter a carteira preta há mais de 25 anos na espera" explica Bruno José, Presidente do SindEstiva.
O Presidente ainda enfatizou que outra reivindicação em pauta envolve a abertura de seleção para novos cadastros de portuários. O quadro de trabalhadores está defasado devido a afastamentos, aposentadorias, implantação das 11h de descanso e mortes. Somente ontem (12/07) faltaram 60 homens para o serviço no cais, fazendo com que dois navios ficassem parados.
Segundo Bruno, a realidade atual dos Estivadores é diferente do que eles imaginavam, principalmente porque, em 2021, houve diversas negociações com a SOPESP para tratar de demandas de trabalho das duas partes.
"Estávamos fechando uma convenção coletiva com a entidade patronal, mas em fevereiro deste ano eles colocaram um item novo no acordo, não podemos aceitar que burlem a Lei Federal 12.815, então a negociação foi interrompida".
Foi a partir deste impasse que os Estivadores começaram a organizar manifestações. Até o momento já foram realizadas quatro passeatas, uma delas passou pelo Ministério Público, onde os representantes do Sindicato conversaram com promotores sobre a situação.
"Em um primeiro momento, queremos chamar a atenção das autoridades e da população. Mas se não der certo, a gente pensa em paralisar o Porto. Todas as categorias da área portuária estão com o mesmo problema. Nossa região tem tanta gente desempregada, o cais precisa de trabalhadores e eles não abrem vagas. É um absurdo"
Procurado pela A Tribuna, o SOPESP afirmou que não irá se pronunciar. O OGMO não respondeu até o fechamento da reportagem.
Fonte: A Tribuna
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