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Fechamento de porto na China vai afetar Santos

Falta de contêineres tende a se agravar com a interrupção dos trabalhos nos complexos portuários asiáticos

O fechamento do porto de Ningbo-Zhoushan, na China, por causa de um caso de covid-19, na semana passada, deverá causar impactos no Porto de Santos nos próximos 20 dias. A falta de contêineres no cais santista é um problema que tende a ser agravado com a interrupção dos trabalhos nesse e em outros complexos portuários asiáticos. As importações, que normalmente crescem no final do ano, em razão das compras de Natal, devem ser afetadas. O porto chinês é considerado o terceiro maior do mundo. E, por isso, seu fechamento deverá impactar rotas comerciais de todo o mundo.

De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, o fechamento do Canal de Suez, no Egito, por seis dias após o encalhe de um navio resultou no atraso de escalas de várias embarcações e de alguns cancelamentos. Isso, consequentemente, afetou a logística dos contêineres.

“Ainda estamos nos recuperando da escassez de contêineres na indústria global da navegação, que encontram-se retidos nos portos, em poder do cliente ou, até, por rolagem da carga, já que os navios estão saindo lotados devido à demanda estar elevada”, afirmou Roque.

Segundo o executivo, o problema atingirá o maior fluxo entre Europa, Estados Unidos e China, refletindo nos manufaturados, peças do setor automotivo, produtos têxteis e componentes eletrônicos. Assim, os reflexos serão imediatos no Brasil.

“Com a crise, os estoques voltaram a ser mínimos e tudo será just in time (com hora exata). O cenário são as montadoras suspendendo fabricação por falta de componentes. A cadeia de suprimentos deverá ser afetada”, afirmou o diretor.

De acordo com Roque, a consequência de todos esses impactos é uma nova turbulência no mercado, com alterações de escalas em todo o mundo. “A demanda da Ásia está muito elevada para Estados Unidos e Europa e terá imenso impacto comercial no mundo.”

Terminais

Para o diretor Comercial do Tecon Santos, Ricardo Buteri, ainda é cedo para estimar impactos no Porto de Santos. Mas o mais provável que haja um atraso na chegada de mercadorias de um mês para o outro.

O executivo da Santos Brasil afirmou contatar representantes de armadores que escalam no porto chinês. Por isso, tem informações de que já há uma previsão de retomada das operações em Ningbo. Isto deve acontecer até o início do mês que vem. “Qualquer impacto que possa acontecer não será antes da segunda quinzena de outubro.”

Buteri destacou que os armadores estão direcionando demandas para outros portos. “Estão operando normalmente em outros terminais, suprimindo a escala de Ningbo.”

Em nota, a DP World Santos informou acompanhar a situação. “Atrasos na programação dos navios, bem como a falta de contêineres no mercado, são problemas sentidos desde o ano passado e que, consequentemente, têm afetado todos os processos do comércio marítimo.”





Fonte: A Tribuna.

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