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Fortes ventos fecham Porto de Santos por quase 5h30

A navegação no canal de acesso do Porto de Santos ficou suspensa por quase cinco horas e meia, nesta quinta-feira (13), entre 9h05 e 14h30, devido às fortes rajadas de vento, reflexos de um ciclone extratropical que passa pelo litoral brasileiro. Se, por um lado, nenhum navio entrou ou saiu do principal porto do Brasil neste período, por outro o transporte de carga por caminhão e a movimentação nos terminais portuários não foram paralisados.

Pela manhã, a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) informou que as condições meteorológicas colocaram o Porto santista em condição de impraticabilidade, sem trânsito de embarcações. Os ventos estavam acima de 40 nós (o equivalente a 74 km/h) e a altura das ondas chegava a 0,8 metro. Somente à tarde é que as condições do tempo melhoraram no complexo portuário, com um retorno cauteloso à normalidade.

Em nota, a Autoridade Portuária de Santos (APS) informou que, após a liberação pela CPSP, às 14h30, “cinco embarcações que estavam atracadas deixaram o Porto e as entradas de navios, ainda em número não determinado, foram reprogramadas para após as 19 horas. Os danos materiais no complexo portuário não foram significativos”.

A APS informou ainda que as operações em terra — chegada e saída de caminhões e embarque e desembarque de cargas nos navios atracados — funcionaram normalmente durante todo o período.

Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, a paralisação da navegação por causa das condições climáticas é “previsível” na atividade portuária e necessária em determinados momentos, porque a “segurança da navegação é prioridade”.

“O navio parado acaba gerando um custo para o armador, mas é melhor assim do que enfrentar todo esse temporal que está acontecendo na costa brasileira. Por exemplo, os portos de Itajaí (SC), Navegantes (SC) e Paranaguá (PR) também ficaram fechados. Santos também teve praticagem indireta. É um mal necessário. O único impacto é que na hora que libera, pois todos querem sair e entrar ao mesmo tempo, mas deve-se respeitar a programação da Praticagem e a disponibilidade de berço para atracação”.

Procurado pela Reportagem, o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) informou que “a suspensão da entrada e saída de navios no canal do Porto de Santos, devido aos fortes ventos sem dúvida ocasionou algum tipo de impacto”, mas não havia detalhes sobre a extensão dele até o fechamento desta edição.

De acordo com a Defesa Civil de Guarujá, cidade que abriga a Margem Esquerda do Porto de Santos, os ventos na Cidade atingiram na madrugada desta quinta (13) o pico de 83,8 km/h, às 3h25. Já em Santos, onde fica a Margem Direita do complexo portuário, a velocidade dos ventos chegou a 88,7 km/h, às 3h30, segundo a Defesa Civil do Município.

Risco climático

Em estudo sobre os impactos e riscos da mudança do clima nos portos públicos concluído pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Santos é apontado como um dos complexos do País com maior risco climático entre os 21 que aderiam à pesquisa. A Tribuna publicou reportagem sobre o assunto no último dia 28.

Na primeira etapa do estudo, finalizada em 2021, foram identificadas as principais ameaças climáticas, riscos e impactos da mudança nos portos públicos e elaborado um ranking dos complexos sob maior risco climático atual e para os anos 2030 e 2050. Na segunda etapa, finalizada em dezembro de 2022, concluiu-se que os portos de Santos, Aratu (BA) e Rio Grande (RS) possuem risco de paralisações em casos de chuvas fortes.

Constatou-se que a exposição da infraestrutura às intempéries — em casos de chuva persistente, chuva forte e inundações devido ao aumento de 0,2 metro do nível do mar — pode resultar em “altas demandas de manutenção, crescimento de custos e capacidade geral reduzida”.

















Fonte: A Tribuna

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