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Futuro das operações portuárias passa pela dragagem, visando navios maiores


No tema que envolve o futuro das operações portuárias no Brasil, o debate promovido pelo fórum Brasil Export na quarta-feira, dia 18, em Brasília, se voltou para assuntos que já são tratados como realidade, como a transição energética e as mudanças climáticas. Segundo representantes de terminais portuários, os complexos e o poder concedente devem concentrar suas ações para atender a demanda para recebimento de operações de navios de maior porte, que navegam sob uso de combustíveis que não agridem o meio ambiente, portanto reduzem a emissão de carbono, a partir da dragagem.

Para o CEO da DP World Santos, Fábio Siccherino, o futuro das operações portuárias passa pelo tema da transição energética, mas que também envolve uma questão importante para os terminais, que é a dragagem.

“A questão da dragagem é um tema importante, pois se fala de adequar nossas condições operacionais aos navios maiores. Essas embarcações que atuam nessa transição, com combustíveis sustentáveis, são navios de nova geração e maiores na sua capacidade. Precisamos estar preparados para receber essas embarcações de 400 metros. A dragagem dos berços estão acontecendo, nós estamos fazendo, mas é preciso uma dragagem do canal de acesso para receber esses navios”, analisou.

Siccherino ainda fez menção que, na proporção que os terminais se preparam, separam investimentos, para atender a demanda do mercado, é preciso melhorias na infraestrutura. No Porto de Santos, por exemplo, ele citou adequações no acesso terrestre, além do acesso aquaviário.

Ainda no tema da sustentabilidade, o CEO da DP World citou algumas das ações da empresa relacionadas ao tema.

“A empresa estará investindo 500 milhões de dólares para reduzir as emissões globais. Estamos, também, investindo R$ 80 mil na eletrificação de todos nossos RTGs. Nossa ideia é ter uma redução de 60% de consumo de diesel nas operações portuárias, contribuindo nas questões climáticas”, disse.

O diretor de Investimentos da APM Terminals, Leonardo Levy, afirmou que a empresa olha para o futuro da sustentabilidade em toda a cadeia logística, não somente concentrada nas operações portuárias. Ele ainda comentou que é preciso incentivos e estímulos para que essa tecnologia seja adotada de uma forma mais célere no Brasil.

“Nos Estados Unidos nós vemos incentivos voltados para os carros elétricos e os painéis solares. A questão que fica é que tipo de incentivo é preciso para que os equipamentos verdes, elétricos, sejam adotados no Brasil com maior facilidade. Quais os incentivos é preciso ter nas concessões e nos arrendamentos para as empresas que tiverem compromissadas com essa agenda para elas serem beneficiadas”, questionou.

O executivo ainda comentou da questão que envolve a dragagem, visando a chegada de navios maiores na costa brasileira.

“Temos que estar preparados, porque falta infraestrutura, falta dragagem. Vejo que os terminais como um todo estão atentos a esses temas de profundidade, tamanho e escala das operações. Não se pode ter terminais pouco eficientes, porque os navios grandes vão exigir sempre muito mais”, comentou.

Sustentabilidade

Representando o Governo Federal, a diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Flávia Takafashi, revelou que Autoridades Portuárias e demais operadores já procuraram a agência reguladora visando o futuro com os temas de sustentabilidade e mudanças climáticas.

“Estamos promovendo estudos para onde o setor está caminhando. Acompanhamos as situações de transição energética, que vem tendo um movimento muito grande em tempos recentes. Qualquer movimento vai demandar área e espaço nos portos organizados, e quem vai dar regulação para a ocupação e arcabouço fiscal regulatório é a agência. Não vamos propor ao mercado essas atividades, mas vamos dar as condições necessárias”, disse.

Também participaram do painel “Futuro das operações portuárias e do setor de navegação” Antônio Carlos Sepúlveda, diretor-presidente da Santos Brasil; Leonardo Levy, diretor de Investimentos da APM Terminals; e Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente administrativo da Portonave.

O Fórum Brasil Export 2023 é uma iniciativa do Grupo Brasil Export, com realização da Una Media Group, produção da Bossa Marketing e Eventos e mídia oficial do BE News.


















Fonte: BE News

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