Pelo visto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), segue determinado na conquista do seu futuro político. Estrategicamente, empenha-se em vigorar a sua sociedade com o presidente Lula. A notícia do Valor da última 6ª feira (10/3), sobre a reunião do governador com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), na qual defendeu a concessão como o principal caminho para evitar uma perda de competitividade do Porto de Santos, expõe a tentativa de resgatar o seu projeto fracassado de desestatizar os portos. Teve apenas um resultado bem duvidoso na Companhia Docas do Espírito Santo. (CODESA).
Decerto, a declaração do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), de que “está aberto para conversar”, não significa que mudou a sua posição de que “os portos não serão desestatizados”, como manifestou por ocasião da sua posse no ministério. Acertadamente, ele entende que o melhor negócio do porto, o operador portuário, já é privatizado. Isto é um modelo exitoso. E, também acerta ao determinar a privatização da dragagem, como há muitos anos Portogente demonstra sua eficácia e economicidade.
Ao focar a produtividade do Porto de Santos, olhando para o futuro, é prioritário construir o porto de águas profundas e o túnel submerso ligando as margens do seu canal de acesso, sem sombra de dúvida. Duas obras cujo porte exige um processo extenso e elaborado, ambas como concessões. É preciso receber navios com calado acima dos 17 metros, para ser competitivo. Já há estudos preliminares de boa qualidade, para os dois casos. O bem-estar da região metropolitana da Baixada Santista e a economia do Brasil dependem muito da produtividade do Porto de Santos.
Construir um programa Porto de Santos do Futuro é imperativo. Um amplo debate com mediação competente, como subsídio para um projeto robusto e detalhado. Decidir os rumos de um porto, por mais simples que possa parecer, não é tarefa para amador. Envolve tecnicidade, múltiplos interesses e capital intensivo, com reflexos em rumos nacionais e relações internacionais. Há muito, assiste-se um quadro depredador na Autoridade Portuária de Santos. Não será a sua privatização a solução, como usar guilhotina para tratar a dor de cabeça. A estatal brasileira tem modelos referenciais mundialmente.
O último presidente do Porto de Santos, na gestão do ex-ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, desconhecia um porto por dentro. Portanto, uma falta de sensibilidade do amplo e enorme papel do principal porto do hemisfério sul. É hora de conceituar e definir metas de inovação, de forma que o processo de solução permaneça agregando valor ao longo do tempo.
No fim das contas, trata-se de ampliar o sucesso histórico do projeto Santos 2000, com as reformas ocorridas com a lei 8.630/93, no final de 1995. Foram diretrizes estratégicas para eficientização, remodelagem, expansão e inserção regional da atividade portuária. Vinte oito anos atrás, o porto implantava inovação para competitividade na movimentação do contêiner. Hoje, a tecnologia blockchain e 5G anunciam movimentações ágeis e os navios maiores promovem aumento da escala. Sejam todos bem-vindos ao Porto de Santos do Futuro.
Fonte: Editorial do Portogente
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