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Ministros não veem ambiente político para prorrogação de GLO em Portos e Aeroportos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou os ministros da Defesa, José Mucio Monteiro, e da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para uma reunião nesta quinta-feira para definir o futuro da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo. A GLO foi iniciada em novembro do ano passado para promover a "asfixia logística" de organizações criminosas que atuam nos dois Estados e seu prazo acaba em 3 de maio.

 

A decisão se haverá ou não prorrogação da GLO caberá a Lula. Integrantes do governo envolvidos nas discussões avaliam que não há ambiente político para prorrogação da operação. No Ministério da Justiça, há uma avaliação de que a GLO é mais custosa financeiramente do que eficiente e de que é preciso avaliar prós e contras de mantê-la.

 

Auxiliares de Lula no Planalto afirmam que o presidente quer ver, no detalhe, a relação custo-benefício, com base na análise de números, com orçamento e resultados.

 

Desde que assumiu o Ministério da Justiça, Lewandowski já vinha esfriando as discussões sobre estender a GLO, em uma postura diferente adotada pelo seu antecessor, Flavio Dino, que em janeiro chegou a sugerir que a operação fosse estendida para outros portos e aeroportos, especialmente do Nordeste.

 

Lewandowski avalia que GLOs são medidas adotadas em casos excepcionais e precisam ter um início e fim. Integrantes da pasta também consideram que, com o tempo da operação, as organizações criminosas se articulam logisticamente alterando rotas de tráfico de armas e drogas que não passam pelos portos e aeroportos compreendidos pela operação.

 

Por outro lado, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), é favorável à prorrogação da ação. Ele foi um dos primeiros a apresentar ao ministro da Justiça os dados positivos da operação, em fevereiro.

 

Integrantes do Ministério da Defesa passaram o feriado reunindo dados de resultados sobre a operação, mas são céticos quanto à possibilidade de prorrogação pelo entendimento de que tanto o Ministério da Justiça quanto a Polícia Federal são contra a manutenção da GLO. Apesar disso, Mucio avalia a interlocutores que houve ganho político com a operação, que foi tratada sem estigma e trouxe resultados.

 

Na reunião com Lula, um balanço com os números da operação será apresentado na por Lewandowski e Múcio. Eles irão ponderar se os resultados obtidos compensam os gastos da operação, que envolvem tropas da Marinha e Aeronáutica em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo.

 

Conforme os dados compilados pelo Ministério da Justiça, 2.841 pessoas foram presas, sendo 2.454 em flagrante e 387 por mandados de prisão em aberto. As ações também resultaram em um total de 144 toneladas de droga apreendidas — 120 de maconha, 11 de cocaína, 5,1 de pasta base de cocaína e 1,1 de skunk (uma espécie de maconha mais concentrada).

 

As autoridades também confiscaram 659 quilos de haxixe, 470 de folha de coca e 308 de crack, além de 449 unidades de anfetaminas e 143 de ecstasy.

 

A operação também apreendeu 274 armas, entre elas 30 fuzis e 174 pistolas, e 10.987 munições. Dez granadas e explosivos também foram localizados.

 

O Ministério da Justiça ainda avalia que o valor de ativos apreendidos chegue a um total de R$ 114,9 milhões. Esse valor envolve o confisco de 5 imóveis, 84 embarcações, 2 aeronaves, 963 veículos e 13.891 pedras preciosas. Ao todo, as autoridades contabilizam que fizeram 543 mil inspeções de bagagens, 94 mil de cargas; 157 mil revistas em veículos e 800 mil em pessoas.













Fonte: O Globo

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