A partir de 1º de janeiro, o setor portuário volta a ocupar o status de ministério, dividindo espaço com os assuntos aeroportuários, e o indicado para ocupar a recriada pasta será Márcio França (PSB), ex-governador do Estado, ex-prefeito de São Vicente e candidato derrotado ao Senado neste ano. Recolocar o segmento em um ministério exclusivo, ainda que dividindo atenção com aeroportos, é um ponto positivo do futuro governo, que entendeu tratar-se de área estratégica para a economia do País.
Para a região, o nome de Márcio França concilia duas demandas: conhecimento pleno sobre a Baixada Santista e seu setor empresarial, e já ter ocupado funções executivas, em que o domínio das relações com as demais esferas é imprescindível para o alcance de metas e a escolha de bandeiras importantes independentemente das questões político-partidárias. Márcio França tem os predicados para equilibrar essas forças, e a visão estratégica de quem já ocupou os executivos municipal e estadual.
Em sua primeira entrevista após ser indicado ao cargo, descartou dar continuidade ao processo de desestatização da gestão da Autoridade Portuária, que vinha sendo debatida desde o início do atual governo, sob a liderança do então ministro da Infraestrutura e agora governador eleito, Tarcísio de Freitas. “Dos portos hoje, a maioria é lucrativa. Para fazer uma concessão para o privado, tem que ter um grau de vantagem, com novos investimentos, e com um prazo que seja o nosso prazo”, disse o futuro ministro, consciente do cenário favorável em que vive o Porto de Santos, tendo revertido balanços deficitários para uma contabilidade que tem no lucro seu fator mais preponderante.
Há quatro anos seguidos batendo recordes, a movimentação acumulada de cargas até novembro superou a de 2021, somando 150,4 milhões de toneladas, um crescimento de 11,5% em relação ao período de janeiro a novembro de 2021. O reflexo desse aumento está na apuração do lucro: o terceiro trimestre deste ano encerrou com lucro líquido de R$ 136 milhões, a melhor marca para o período e crescimento de 38,3% na mesma base de comparação com 2021.
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido avançou 55,2% sobre o mesmo período de 2021 e totalizou R$ 416 milhões, superando o resultado do ano completo de 2021, que foi de R$ 329 milhões. Os desafios do Porto de Santos, e de todo o setor portuário, estão centrados na logística e na ampliação da capacidade de escoamento de cargas, especialmente provenientes do agronegócio brasileiro, que expandiu suas fronteiras e exige sintonia fina com o complexo portuário santista, o maior do Hemisfério Sul.
Com esse cenário claro e foco na eficiência do sistema como fator de competitividade internacional, Márcio França tem todas as ferramentas para executar boa gestão, e poderá deixar sua marca em um legado de mais prosperidade para a região e para o País.
Fonte: A Tribuna
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