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O tamanho do Porto de Santos

A pouco mais de 45 dias do início de um novo governo federal, as atenções se voltam para o formato político e técnico que será desenhado para a gestão do Porto de Santos, o maior do Hemisfério Sul, que vem batendo recordes de movimentação e lucro ao longo dos últimos meses. Uma ala expressiva de empresários e entidades representativas do setor defende, inclusive, que deveria haver uma equipe de transição exclusivamente focada nos negócios do porto, sob pena de sofrerem solução de continuidade na virada do ano.

Esse foi um dos principais eixos de discussão do segundo e último Encontro Porto & Mar, promovido esta semana pelo Grupo Tribuna, reunindo operadores, entidades, exportadores, autoridades locais e federais, além de parlamentares da região e todo o trade setorial.

As incertezas ocorrem em um momento positivo para a saúde financeira do complexo santista: o Porto de Santos encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 136 milhões, a melhor marca para o período, com crescimento de 38,3% em relação ao mesmo recorte temporal de 2021. A performance foi puxada menos pela redução de despesas e mais pelo aumento das receitas, reflexo da movimentação de cargas que, no último trimestre, alcançou 42,8 milhões de toneladas, alta de 17,2%.

As incertezas sobre 2023 não recaem exclusivamente sobre a possibilidade de o novo governo dar ou não sequência ao processo de desestatização da gestão portuária, mas se manterá uma agenda de projetos e obras que coloquem o complexo santista na posição de protagonista da economia no escoamento de cargas, especialmente proveniente do agronegócio.

“Ou damos um passo de fato para ampliação do negócio, para pensarmos nele crescente para os próximos anos, ou teremos que pensar no limite da produção”, avisou o gerente regional de Logística da JBS, Clovis Wessling, durante o encontro promovido pelo Grupo Tribuna.

A velocidade com que cresce o agro no Brasil precisa ser acompanhada de todas as melhorias na infraestrutura e avanços tecnológicos do Porto de Santos, sob pena de perder espaço. Esse também foi um dos recados de maior destaque durante os debates.

Embora por infraestrutura se pense em melhorar a logística, a regulação de cargas, armazenagem, mobilidade inteligente entre áreas de porto e urbanas e até sustentabilidade ambiental das operações, o complexo santista ainda padece de problemas quase pueris para o tamanho que representa, como pavimentação rudimentar das vias internas, falta de sinalização aérea e de solo para as cargas que chegam, alagamentos e vias subdimensionadas para o volume de veículos.

Essas não são questões menores, são apenas parte de um olhar macro que se deve ter para um porto que tem potencial, histórico e personagens de grande relevo para a economia não só da região, como do Estado e do Brasil.













Fonte: A Tribuna

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