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Planejamento portuário e ferramentas de desenvolvimento

Há algumas semanas, estava zapeando o LinkedIn quando me deparei com um post bastante interessante da competente economista portuária Marja Weschenfelder sobre a discussão do esgotamento da capacidade no Porto de Santos, trazendo à tona a questão do planejamento portuário de longo prazo no Brasil.

Em 2010, fui convidado a participar como consultor do primeiro Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), cujo objetivo era organizar informações dispersas, entender a fundo o funcionamento do sistema portuário, até então tratado individualmente porto a porto, e propor medidas emergenciais de curto, médio e longo prazos para aumento da capacidade do sistema.

Além disso, outros focos eram planejar a alocação de recursos para investimento conforme demanda e estabelecer prioridades nacionais para o setor, como a criação de ferramentas de gestão (exemplo disso é a janela única portuária).

Após essa primeira rodada de planejamento, que nos desafiou e instigou, participei da elaboração da segunda rodada de atualização do PNLP e da elaboração dos Planos Mestres que atualmente estão em vigor. Foi neste momento, com objetivos e metas já definidos e a necessidade de avaliar e rever o planejamento setorial, que nos deparamos com a oportunidade de propor um modelo de planejamento local mais voltado às necessidades regionais, sempre alinhado ao objetivo nacional que era de criar novas rotas logísticas, aumentar a capacidade de acessos (terrestres e marítimos), diminuir a burocracia, aplicar novas tecnologias organizacionais e operacionais e investir com inteligência.

A integração dos instrumentos portuários ao antigo Plano Nacional de Logística Terrestre (PNLT), agora denominado Plano Nacional de Logística (PNL), seria realmente fundamental para unir as análises de gargalos e as necessidades de priorizações de investimentos. A despeito dessa integração, é fundamental que se retomem as atualizações dos Planos Mestres dos complexos portuários, já que as últimas versões publicadas remetem a 2019.

Esses são instrumentos predecessores ao acompanhamento e atualização do PNL. Planos locais, demandas de investidores, rearranjo do mercado nesses últimos anos em diversas frentes, seja no mercado de contêineres, seja no de terminais de gás natural liquefeito (GNL), combustíveis ou de grãos, nas diversas regiões do País, precisam ser avaliados à luz dos objetivos e necessidades logísticas atuais e futuras. Como bem apontou Marja Weschenfelder em seu post, não podemos abstrair os movimentos dos agentes econômicos e políticos, mas termos um plano pode nos levar ainda mais longe.


















Fonte: A Tribuna

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