top of page

Porto de Santos pode sofrer reflexos do reajuste no diesel

Dependente do transporte rodoviário para a movimentação de cargas, o Porto de Santos corre o risco de ser impactado pelo reajuste de 8,87% no preço do óleo diesel nas refinarias de todo o País, anunciado pela Petrobras na segunda-feira (9) e em vigor desde terça-feira (10). Segundo o diretor-presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino, o reflexo será sentido no médio prazo.

De acordo com Aquino, custos não previstos que surgem de forma repentina recaem sobre todos que fazem parte da cadeia logística. "A partir daí, um tenta repassar para o outro (o aumento) e, no final da ponta, quem vai pagar essa conta é o usuário, o dono da carga, o exportador ou importador. Toda elevação de custo é sempre negativa".

Desta forma, a atividade portuária fica vulnerável a reflexos importantes. "Em médio prazo, pode haver reflexo porque o produto de exportação, por exemplo, pode perder competitividade e operações futuras tendem a ser direcionadas para outros países", resume o presidente da Fenop. Ele explica que toda operação no comércio exterior é fechada com antecedência, por isso as consequências de um novo reajuste são sentidas no futuro.

O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Santos, afirma que as sucessivas altas no valor do litro do diesel "estão virando uma bola de neve".

"O impacto é imensurável. Automaticamente, a categoria tem que repassar esses aumentos, tornando mais caros os produtos que chegam nas prateleiras", enfatiza, dizendo que restam poucas escolhas aos caminhoneiros. "Não temos como absorver (o reajuste). Temos duas alternativas: repassar os custos ou abandonar a profissão".

Com o reajuste anunciado pela Petrobras, o valor do litro do diesel passa de R$ 4,51 para R$ 4,91. Segundo Luciano, o "termômetro" da categoria aponta para uma situação preocupante. "Está cada vez pior e a categoria está se revoltando. Qualquer tipo de manifestação a favor da baixa dos combustíveis, em especial do óleo diesel, a gente vai apoiar".

No mesmo dia em que o aumento foi anunciado, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) emitiu um comunicado técnico para "subsidiar as empresas do setor de transporte quanto à variação do preço do combustível" e abordar o impacto dele nos custos do transporte rodoviário de cargas. A orientação é que um reajuste mínimo de 3,1% seja aplicado emergencialmente nos fretes.

"É imprescindível, para manter a contento a saúde financeira das empresas transportadoras, que sejam repassados de forma imediata o acumulado dos aumentos de combustível, até porque este é um custo relevante e que não há formas de reduzi-lo pelo lado do consumo (as que existem já foram adotadas)", diz a entidade, em nota.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), André Luís Neiva, também acredita que o reajuste do diesel impactará toda a cadeia logística.

"Os transportadores rodoviários de carga não têm mais condições de absorver estes aumentos sucessivos no combustível e vão precisar atualizar seus fretes para que as empresas tenham condições de manter suas atividades", ressalta.

A palavra da Petrobras

Apesar do reajuste no preço médio da venda de diesel às distribuidoras, os valores de gasolina e do GLP não terão alterações. A justificativa da Petrobras para o aumento deste combustível é que o último reajuste aconteceu em março e “refletia apenas parte da elevação observada nos preços de mercado”.

Em nota, a empresa explicou que a decisão levou em conta “tanto o desalinhamento nos preços quando a elevada volatilidade no mercado” e ressaltou que, há dois meses, a companhia manteve os preços de diesel e gasolina inalterados, além de reduzir os valores de GLP. Ainda segundo a Petrobras, uma redução na oferta do diesel pressiona os preços no mundo inteiro, pois os estoque globais estão “abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras”.





Fonte: A Tribuna

Comments


bottom of page