O setor portuário e de comércio exterior respondeu por 20,7% das contratações de trabalhadores realizadas por meio do Centro Público de Emprego de Santos, no período de janeiro a novembro de 2023. Ao todo, 4.700 pessoas foram absorvidas pelo mercado de trabalho, em áreas diversas na Cidade, por meio do órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Portuários e Emprego de Santos. Desse total, 971 vagas acabaram abertas em empresas relacionadas às atividades do Porto de Santos.
O Centro Público de Emprego é o setor municipal responsável pela captação e encaminhamento de vagas em áreas diversas, incluindo aquelas ligadas ao Porto e ao comércio exterior. Mesmo com os dados de 2023 ainda não finalizados - resta o balanço de empregos no mês de dezembro -, o secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi, celebrou o índice obtido.
“Encaro como um saldo positivo os resultados alcançados em 2023”, afirmou Orlandi.
De acordo com Orlandi, entre as políticas públicas de estímulo à geração de emprego no Município, está o curso Time do Emprego, “focado em capacitação e inserção no mercado de trabalho, promovido em cinco edições no ano passado. Além disso, foram realizadas oito Caravanas de Emprego em vários pontos da Cidade, a fim de promover acesso à toda a população”.
Expectativa elevada
No entanto, o segmento de comércio exterior contrata menos do que necessita devido à falta de mão de obra qualificada na região. É o que afirma o fundador da empresa de treinamentos Treina Comex e executivo de Vendas da Ecoporto Santos, Alexandre Lemos, que atua no setor há 15 anos. “As empresas reclamam da falta de especialização quando precisam contratar, mesmo em relação àqueles que acabaram de concluir uma faculdade. A nossa área vive em constante atualização de processos, termos, regulamentações etc”.
Já para quem deseja ingressar no setor portuário, o executivo dá duas dicas. “Quem deseja entrar para o comércio exterior, seja no primeiro emprego ou como transição de carreira, precisa saber que terá que se adaptar a desafios diários em qualquer área e investir no segundo idioma, preferencialmente o inglês. Não são todas as funções no comércio exterior que usam o inglês diariamente, mas, com certeza, este ainda é um grande diferencial”.
Lemos lembrou que um dos fatores que aqueceu o mercado de trabalho foi a produção recorde de soja. “O mercado está muito aquecido, principalmente para as commodities e operações com granéis. Um fator que colaborou com isso foi a safra recorde de soja que tivemos em 2022”.
Ensino profissionalizante
Com déficit de mão de obra especializada na área de comércio exterior, ele enxergou um nicho de mercado no ensino profissionalizante. Em agosto do ano passado, criou a sua empresa de treinamento. “De 24 de agosto até 31 de dezembro, a gente emitiu 122 certificados. Desses, 67 foram para mulheres”, comemorou, acrescentando que as mulheres estão se interessando cada vez mais pelas mais variadas atividades do setor, do administrativo ao operacional.
Lemos disse que o curso de agente de terminais (NTOCC) é o carro-chefe. “Nós ensinamos a pessoa a abrir sua própria empresa no comércio exterior, se tornando um agente de terminais”.
O executivo de vendas ainda afirmou ainda que o setor comercial é o mais demandado no comércio exterior. “Sem dúvida, a equipe comercial é a mais concorrida no setor, pois é ela quem traz negócios para a empresa. Por isso, profissionais como analista de vendas, inside sales, atendimento ao cliente e executivo de vendas são muito concorridos”, concluiu.
O Centro de Excelência Portuária de Santos (Fundação Cenep) também foi procurado pela Reportagem, mas se encontra em período de recesso, segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS).
Fonte: A Tribuna
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