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Transpetro apresenta em dois meses projeto para voltar a construir navios no Brasil

A Transpetro apresentará até o início de julho um levantamento financeiro e de estudos de mercado para voltar a construir navios no Brasil. Atualmente, a empresa subsidiária da Petrobras conta com 26 embarcações próprias e contrata os serviços de outras dezde origem estrangeira para suas operações. Integrantes do Governo Federal entendem que a construção de navios tem grande potencial para gerar empregos no País.

O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, falou sobre o projeto na semana passada. Ele detalhou que a empresa criou um grupo de trabalho interno para levantar em dois meses todas as demandas do setor, a situação dos estaleiros e os custos envolvidos nas operações. “Nós vamos construir navios, mas não será a qualquer preço e a qualquer prazo”.

Bacci explicou que parte dos esforços tem como objetivo criar mecanismos para evitar operações ilícitas. “Eu fui até Brasília visitar a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para que eles acompanhem desde o momento zero esse projeto de construção de navios. Eu quero acompanhamento de perto dos órgãos de controle. E as duas instituições se colocaram à disposição para fazer esse trabalho”.

Em termos financeiros, a Transpetro informou que é superavitária e não tem problemas de caixa. Dentre as fontes disponíveis de recursos, está o Fundo da Marinha Mercante, constituído em 1958 para financiar a indústria naval. Mas a companhia também está se juntando à Petrobras e aoBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)na comissão mista que vai discutir outras possibilidades de investimentos.

O presidente da empresa disse que, para 2023, os focos são a ampliação de clientes e o aumento da capacidade de operação e de serviços oferecidos. “Para a indústria naval ser efetiva, ela precisa ser perene, ter demanda de longo prazo. E infelizmente, aqui no Brasil, você vive de altos e baixos. Tem dezanos de construção naval forte, depois passa outros dez anos sem encomendas. Precisamos construir o projeto pensando no país, não no governo. Tem que ser um projeto de Estado”.

Para acelerar as construções, um dos caminhos é estimular estaleiros atualmente parados a retomarem os trabalhos. Nesse sentido, a Transpetro também disse ter avançado em conversas com o TCU e a CGU. Vale lembrar que os 26 navios da Transpetro foram construídos via Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), que integrou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Vamos continuar contratando tudo na China? É isso que a gente quer para o País? Precisamos andar para frente”, finaliza Bacci.














Fonte: A Tribuna

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