Autoridades tentam tirar do papel a obra de ligação seca entre Santos e Guarujá, as duas maiores cidades do litoral de São Paulo, ideia já discutida há cerca de cem anos. O governo de São Paulo afirma esperar há mais de um ano aval da União para erguer uma ponte e ameaça ir à Justiça para levar a iniciativa à frente. Já o governo federal tem planos de construir um túnel submerso de 1,7 mil metros. As prefeituras dos dois municípios querem as duas obras.
A União anunciou a inclusão da obra do túnel no projeto de privatização do porto de Santos, prevista para ocorrer no fim do ano. Conforme o Ministério da Infraestrutura, com a desestatização da Autoridade Portuária de Santos, será criada a empresa Túnel S.A., com aporte previsto de R$ 3 bilhões como parte dos investimentos obrigatórios que serão usados para a construção da estrutura.
Em 20 de janeiro, o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Ministério da Economia publicou resolução recomendando a qualificação dos estudos para construção e operação do túnel imerso junto aos ativos a serem ofertados à iniciativa privada com o leilão do porto.
Conforme a pasta da Infraestrutura, o túnel terá parte dos investimentos de R$ 16 bilhões previstos com a desestatização. A obra deve custar entre R$ 2,9 bilhões e R$ 3,8 bilhões. Como o túnel prioriza o tráfego urbano, parte dos R$ 11 bilhões que o governo receberá do arrendamento servirá para aumentar a capacidade da linha férrea, reduzindo a dependência dos caminhões para a movimentação de cargas. A proposta é de uma concessão só para o túnel, com os recursos garantidos pelo concessionário que assumir o porto.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Comments